domingo, 28 de junho de 2009

Ciúme de cabra macho.

CIÚME DE CABRA MACHO
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Ói aquí sô Zé Mané,
Num brinque cum fôgo não.
Muié di macho né pra quem qué,
Nem pra vagabundo não.
Dêxe in paz minha muié,
Ô vai pará nu caxão.

Já num tô gostando nada,
Do seu jeitim de oiá.
Cum essa cara safada,
Quando óia ela passá.
Cuidado ca tua vida,
Sinão o páu vai cantá.

Já tô ficando arretado,
Já tô pensando em bestêra.
Dêxe di ficá assanhado,
Que sinão vai dá zunzêra.
Pru que pra cabra safado,
O que eu tenho é pexêra.

R.S. Furtado.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Brejeiro.

BREJEIRO
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Casado era de pouco o Zé Fulô,
E, num dia nublado e friorento.
Sua esposinha, triste num lamento,
Que estava doente a ele se queixou.

“Minha nêga pra isso só dotô”.
E sem querer perder mais um momento,
Sua esposinha, sempre ciumento,
Do povoado, ao médico levou.

O doutor apalpa o ventre e após exclama.
Nada é de mais, é ação da natureza,
É menino meu caro, com certeza,

Nisto, Zé brada fulo, a raiva em chama.
Eu racho ocê cuma se racha um ovo,
Se o pé do umbigo, ocê caicá de novo...

R.S. Furtado.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

João Batista.

JOÃO BATISTA
http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/foto/0,,14946442,00.jpg

Quando na sua vida térrea andava,
A divina doutrina semeando.
João Batista somente executava,
O que lhe ia o senhor determinando.

Belo, risonho, a fronte aureolando,
A vinda do senhor anunciava.
Seu verbo celestial luzificando,
A verdade claríssima espalhava.

Mas tendo um dia, o santo reprovado,
O amor de alguém que desfrutava alteza,
Por ordem regia, morre degolado.

E, entre os troféus que o paraíso encerra,
Hoje está sua morte em glória acesa,
-Único prêmio que alcançou na terra.

R.S. Furtado.

sábado, 20 de junho de 2009

Eu gostaria tanto.

EU GOSTARIA TANTO
http://oblogdorapaz.blogs.sapo.pt/arquivo/esc.JPG

Ah! Como eu gostaria tanto,
Que um dia, pudesses entender.
Que és o motivo, a causa do meu pranto,
Que és o fomento, a razão do meu viver.

Ah! Como eu gostaria tanto,
Que ao olhar para o céu, ao anoitecer,
Descobrisses que te gosto, e o quanto,
Sou apaixonado, vivo só pra te querer.

Ah! Como eu gostaria tanto,
Que ao passares, me notasses.
Ou ao menos, por debaixo do manto,
Mesmo sem te aprazeres, me olhasses.

Um olhar teu, uma palavra, que emoção,
Um sorriso, para meu maior espanto.
Seria um alento, até mesmo por compaixão,
Ah! Como eu gostaria tanto.

R.S. Furtado.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

"DEUS".

DEUS
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Eu me lembro! eu me lembro! – Era pequeno
E brincava na praia; o mar bramia
E, erguendo o dorso altivo, sacudia
A branca escuma para o céu sereno.

E eu disse à minha mãe nesse momento:
“Que dura orquestra! Que furor insano!
“Que pode haver maior que o oceano,
“Ou que seja mais forte do que o vento?!” –

Minha mãe a sorrir olhou p’ros céus
E respondeu: – Um Ser que nós não vemos
“É maior do que o mar que nós tememos,
“Mais forte que tufão! meu filho, é – Deus! “ –

Casimiro de Abreu
Dezembro – 1858.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Versos de um viajante

VERSOS DE UM VIAJANTE
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Tenho saudade das cidades vastas,
Dos ínvios cerros, do ambiente azul...
Tenho saudades dos cerúleos mares,
Das belas filhas do país do sul!

Tenho saudade dos meus dias idos
- Pet’alas perdidas em fatal paul –
Pet’alas, que outr’ora desfolhamos juntos,
Morenas filhas do país do sul!

Lá onde as vagas nas areias rolam,
Bem como aos pés da Oriental Istambul...
E da Tijuca na nitente espuma
Banham-se as filhas do país do sul.

Onde ao sereno a magnólia esconde
Os pirilampos “de lanterna azul”,
Os pirilampos, que trazeis nas coifas,
Morenas filhas do país do sul.

Tenho saudades... ai! de ti, São Paulo
- Rosa de Espanha no libernal Friul -
Quando o estudante e a serenata acordam
As belas filhas do país do sul.

Das várzeas longas, das manhãs brumosas,
Noites de névoa, ao rugitar do sul,
Quando eu sonhava nos morenos seios,
Das belas filhas do país do sul.

Castro Alves
Em caminho, fevereiro de 1870.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Elas as mulheres

Dedicado a todas as mulheres do mundo, minhas eternas NAMORADAS.

ELAS AS MULHERES
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As crioulas são garbosas,
As guagirús são vibrantes.
As mulatas sempre airosas,
E as caboclas muito ardentes.

As morenas são bonitas,
As ruivas são muito ardentes.
As brancas sempre benditas.
E as louras muito atraentes.

Adjetivos ponho nelas,
Porém, nenhuma prefiro.
Se assim julgo todas elas,
Porque todas, eu admiro.

R.S. Furtado.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Caminhos evolutivos

CAMINHOS EVOLUTIVOS
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O mar está calmo, mas, não totalmente sereno. Cadenciados marulhos arrepiam-lhe a sua majestosa face. Simultaneamente, criam-se variadas ondulações em sua imponente superfície. As ondas, em sucessivas investidas, preguiçosamente se derretem sobre o vasto lençol de areia. Água e espumas, em belas e efêmeras harmonizações, rapidamente volatizam-se de encontro às areias... As espumas, num processo rítmico e contínuo, desgarrando-se, se desfazem no ar. Esse e outros ciclos cósmicos, hoje e sempre, são responsáveis pela revitalização do nosso planeta. Na terra, todos os ciclos cósmicos asseguram as vidas de todos os sistemas. Sob certos aspectos, todos os seres vivos fazem a parte que, por natureza, lhe é atribuída. Nós, seres humanos mais sencientes, devemos evitar a extinção ou a deterioração dos nossos recursos básicos. Isso porque, sob determinados enfoques, os nossos recursos naturais estão escasseando velozmente.

Nós, como seres racionais – através dos tempos – abrimos vários caminhos ao maravilhoso progresso humano. Hoje, ainda é por demais necessário a continuação do nosso progresso, cuja caminhada é irreversível. Talvez, isso nos autodetermine a sempre procurar aprender cada vez mais, aperfeiçoar e aplicar corretamente os nossos novos conhecimentos. Como seres humanos, precisamos, continuamente, adquirir novos conhecimentos, abrindo melhores perspectivas à humanidade. E, também, devemos agir com o objetivo de defender a natureza, procurando preservar o verdadeiro patrimônio de todas as espécies. Sobretudo precisamos criar melhores condições para que os sistemas de vida não sejam afetados pelo progresso humano. É evidente que este planeta é morada de todos os seres aqui existentes.

– Por que, às vezes, não aceitamos as sábias lições que a natureza nos oferece? – Por que não somos receptivos aos ensinamentos que, intuitivamente nos são revelados? – Por que, em nosso universo interior, às vezes, deixamos de acreditar na voz da intuição?... As potencialidades do ser humano, adquiridas no nosso longo processo de evolução, são muitas. A intuição, entre muitas outras, é uma delas. O seu aparecimento foi gradativo e a sua evolução é constante. Para tê-la, não é só querer. Precisamos, individualmente, aceita-la e treinar para profundamente desenvolvê-la em nós. – Dentro do contexto bioenergético há, além da intuição e da experiência humana adquirida, passo a passo, um embasamento que, quando queremos, possibilita a solução dos nossos problemas. Cada um de nós tem, impresso em nosso interior, um potencial conseguido através de gerações. Às vezes, por indecisões, deixamos de usar esse manancial de experiências sofridamente conquistado.

O nosso contínuo marulhar interior, com ideias criadas pelas formulações dos nossos pensamentos, são as ondas mentais que, cada vez mais, procuram nos elevar a melhores condições de vida. Vivemos, pois, condignamente o nosso hoje nos momentos que surgem e rapidamente se infiltram na relatividade de todo o tempo... De sempre.

Otacílio Negreiros Pimenta
In Memorian

domingo, 7 de junho de 2009

O beija-flor

O BEIJA-FLOR
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Quanto é feliz o beija-flor ligeiro,
Com seu vaivém ditoso e descuidado.
Beijando as flores passa o dia inteiro,
Porque de toda flor é namorado.

Lento em seus voos como um bandoleiro,
Brando ele volta e beija alvoroçado.
Seja em jardim, ou pousam no canteiro,
Ou seja, a mais singela flor no prado.

Felizes esses sábios traquinas.
Como sabem beijar com poesia,
Rosas, violetas, dálias e cravinas.

Se eu fosse um beija-flor, nos voos meus,
Venturoso eu apenas beijaria,
A envolvente flor dos lábios teus.

R.S. Furtado

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Quando tu choras

QUANDO TU CHORAS
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Quando tu choras, meu amor, teu rosto
Brilha formoso com mais doce encanto,
E as mais leves sombras de infantil desgôsto
Tornam mais belo o cristalino pranto.

Oh! nessa idade da paixão lasciva,
Como o prazer é o chorar preciso:
Mas breve passa – qual a chuva estiva –
E quase ao pranto se mistura o riso.

É doce o pranto de gentil donzela,
É sempre belo quando a virgem chora:
- Semelha a rosa pudibunda e bela
Tôda banhada do orvalhar da aurora.

Da noite o pranto, que tão pouco dura,
Brilha nas fôlhas como um rir celeste,
E a mesma gôta transparente e pura
Treme na relva que a campina veste.

Depois o sol, como sultão brilhante
De luz inunda o seu gentil serralho,
E às flores tôdas – tão feliz amante! –
Cioso sorve o matutino orvalho.

Assim, se choras, inda és mais formosa,
Brilha teu rosto com mais doce encanto:
– Serei o sol e tu serás a rosa...
Chora meu anjo, – beberei teu pranto!

Casimiro de Abreu
Rio – 1858.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Prêmio Lemniscata

Prêmio Lemniscata

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Este selo foi um presente da grande amiga Gê, do Haja hoje para tanto ontem, a quem agradeço de coração, embora sabendo que o Arte & Emoções pode não ser merecedor।

Então vamos lá:

"O selinho foi criado a pensar nos blogs que demonstram talento, seja nas artes, nas letras, nas ciências, na poesia ou em qualquer outra área e que, com isso, enriquecem a blogosfera e a vida dos leitores.

Seguindo a política habitual de atribuição de prêmios, também este tem algumas regras… duas, a saber:

1 – O premiado deverá expor o selo no seu blog e atribuí-lo a sete outros blogs que considere merecedores.
2 – O premiado deverá responder à seguinte pergunta: O que significa para si ser um Homo sapiens?"
by Creations Lemniscata

Os meus indicados são:

1 - Verso & Prosa
2 - Palavras e Poemas
3 - eelleenn
4 - Sun(Shine)
5 - ÁFRICA E POESIA
6 - Delírios das Borboletas
7 - Efigênia Coutinho e sua Poesia

Respondendo a pergunta: Ser Homo sapiens pra mim é motivo de felicidade, por ser um desígnio de “DEUS”, muito embora que, eu não me considero um sapiens.