segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Finados.

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FINADOS

Mãe,
hoje é dia de finados.

Não, não é remorso. Neste momento
leio nos jornais que milhares de criaturas
se atropelam nos cemitérios
levando flores a seus mortos.

Não vou lá, mãe. Não gosto de cemitério,
lá não sei te encontrar,
nem me sinto em paz,
perdido entre multidões...
E sofro de imaginar-te, imóvel, prisioneira
num gavetão de concreto empilhado num muro
branco, de lamentações...

Não, mãe, não me sinto em paz,
nem adianta procurar-te em meio a tanta gente estranha,
misturar tua imagem tão viva quando te penso viva,
com a lembrança da morte que deforma e desfigura
e com lutos e flores convencionais.

Ah, depois que partiste
não gosto de pensar onde te encontras.
Em minha aflição,
hás de ter a certeza de que todo dia
é dia de finados
em meu coração.

J.G. de Araújo Jorge

11 comentários:

nydia bonetti disse...

Não conhecia este poema, Rosemildo. Apesar do tom sereno, passa uma infinita tristeza...

* Gratificante para quem escreve é receber leitores atenciosos como você. Obrigada, Beijos.

Gianna disse...

Oggi tanta tristezza e quanti ricordi...

Unknown disse...

Eis aí quantos irmãos,
que das vezes nada sabe
duvidam da vida do espírito
mas velam um corpo de carne...

Maravilhoso poema, profundo e verdadeiro,
dessas dores que sentimos, que abala um
mundo inteiro...
Oremos na Paz de Jesus por todos aqueles
em retorno, compreendendo a quem os vela
suas cruzes, acreditando estar morto...

Deus abençoe a todos nós, neste sentimento
recíproco, se tanto pedimos a Jesus, por que não oferecer
aos aflitos, que nos santuários
benditos, clamam por oração, pois que ídem sofrimento, dói no mesmo coração...

Meu querido amigo, o poema postado
lá em casa, não foi sentimento de mim para quem foi, mas como se fosse sentimento dos que foram, pedindo oração aos que ficaram...

Lindo poema de Araujo Jorge, bate comigo, do cemitério passo longe, pois que ele não está alí, como tbém a minha mãezinha que partiu numa viagem sem fim...
Material pra mim, apenas um coração que bate, desse ainda não consegui o desapego, por ventura da saudade que tanto judia de mim..

Furtado, uma linda semana de muita Paz
Bjss

Wanderley Elian Lima disse...

Rosenildo, é muito difícil lidarmos com as perdas mas elas são inevitáveis. O que nos resta é confiar em Deus e acreditar que um dia todos nos encontraremos.
Forte abraço

Mara disse...

Boa noite Rosemildo!
Belo poema, mas triste como o dia de hoje.
...reverenciamos os mortos nesse dia e sob os túmulos depositamos um punhado de saudades orvalhado pelas lágrimas.
Tenha uma excelente semana.
Saudades de ti.
Bjss

ONG ALERTA disse...

Nãoimporta onde se encontra quem já partiu o importante é saber sentir com o coração seu amor eterno, paz.

Felina Mulher disse...

Boa Noite meu querido!

Respeito quem gosta de homenagear seus entes queridos indo ao cemitério, mas eu tbm não gosto, prefito lembrar dos meus sem ter que frequentar !!!!

Uma excelente semana.

Beijos meus.

À PÉ ATÉ ENCONTRAR disse...

Nossa, que profundo e quão verdadeiro é...
Sinto que o cemitério é lugar escolhido pela sociedade para amontoar seus mortos...Nossos mortos não vivem por lá,são muito sombrios...Por mais que se quira deixá-los menos tristes e medonhos...
Linda poesia, boa escolha!
Gostei do blog, se reflete vc, és uma pessoa de bela essência!
abraço.

Everson Russo disse...

Ao certo um dia muito triste pra nós, lembrança de todos que se foram...belo e tranquilo o poema, ainda não tinha lido...abraços e otima semana pra ti.

Evandro Marques disse...

As lembranças verdadeiras são aquelas q estão vivas. E q sempre haja um sorriso no nosso rosto pra q seja lembrado.

Valéria lima disse...

Um assunto delicado, tratado lindamente nesse poema.
Boa semana.