sexta-feira, 5 de março de 2010

... Depois.

http://bloguiando.blogs.sapo.pt/arquivo/petalas.bmp

... DEPOIS

Para mim, pouco importa a recompensa
dos meus carinhos quando te procuro;
dirão que tens um coração tão duro,
que pedra alguma há que em rijeza o vença.

Dirão que a calculada indiferença
com que tu me recebes é seguro
condão que tens de todo o meu futuro
trocar, sorrindo, em desventura imensa.

Dirão... que importa a mim? Dá-me o teu leito,
dá-me o teu corpo, fecha-me nos braços,
une os lábios aos meus, o peito ao peito,

que eu nem saiba qual seja de nós dois...
Mentem teus beijos? Mentem teus abraços?
Seja tudo mentira... Mas depois.

Guimarães Passos.

http://www.biblio.com.br/conteudo/biografias/guimaraespassos.gif

Nascido em Alagoas (Maceió) em 22 de março de 1867, Sebastião Cícero de Guimarães Passos fez seus estudos primários e os preparatórios em Alagoas. Aos 19 anos foi para o Rio de Janeiro, onde se juntou aos jovens boêmios da época. Era a idade de ouro da boemia dos cafés, e não poderia haver melhor ambiente para o espírito do poeta. Entrou para a redação dos jornais, fazendo parte do grupo de Paula Ney, Olavo Bilac, Coelho Neto, José do Patrocínio, Luís Murat e Artur Azevedo. Colaborou com a Gazeta da Tarde, a Gazeta de Notícias, A Semana. E nas suas colunas ia publicando crônicas e versos. Nos vários lugares em que trabalhou, escrevia também sob pseudônimos: Filadelfo, Gill, Floreal, Puff, Tim e Fortúnio. Nomeado arquivista da Secretaria da Mordomia da Casa Imperial, perdeu o lugar com a proclamação da República. Tomou parte na revolução de 1893, e, malograda esta, exilou-se na Argentina, onde viveu dezoito meses. Nessa estada, colaborou em La Prensa e em La Nación, de Buenos Aires. Tuberculoso, seguiu para a Ilha da Madeira, para ver se recobrava a saúde; de lá dirigiu-se a Paris, onde faleceu em 09 de setembro de 1909. Seus restos mortais foram transladados para o Brasil em 1921, por iniciativa da Academia Brasileira de Letras, de que ele havia sido fundador.

Fontes: “Poesia Parnasiana” Antologia – Edições Melhoramentos – 1967 e Academia Brasileira de Letras.

9 comentários:

Fada do Mar Suave disse...

Tão lindas poesias e imagens que dão alegria e prazer de passar por aqui. Amo tudo que vejo e leio! Parabéns com admiração!
Amo sua presença iluminada e amiga.

chica disse...

Lindos momentos nessa poesia e ainda que falsos, isso fica pra depois. abração,chica

Anônimo disse...

Ah o depois!!!!!!!!
Bjs.

Unknown disse...

Meu amigo, após a fome saciada, o depois vide bula, a garantia no nesses desejos a dois... o resto é conversa fiada, espero ficar associada a frase tão usada da programação da TV: "Vale a pena ver de novo"

_________________

(Biblioteca é coisa de rico)
Larga a mão de ser "Besta" (desculpe rsrss, embora sido criada em Brasília, sou nata de João Pessoa, Paraíba, correndo no sangue das veias, esse humor, proprio do nordeste e depois a dna Graça, não me deixa rsrss)
ser bibliotecário, não é ser literário, mas um livro a cabeceira, eis a riqueza. Levará na tua mochila para tua morada eterna, toda a essência que já vem se embriagando em teu percurso das letras. Útil? muito tens sido, pelo que sem egoísmo levas a quem interessar possa. Meu pai tbém é poeta, engolia livros e tinha mania de biblioteca em casa e crescemos em vida simples, 7 filhos, mas com esta riqueza ofertada, mergulho nas letras... Adoro ler, mas não sou dedicada, mulher sofre... casa e comida mas sou feliz assim. A inspiração bate a minha porta, seja lá o que estiver fazendo, me chega com assunto diversos, me dita palavras que as vezes até desconheço e lá vou eu buscar o dicionário e quando percebo, palavra certa encaixada no lugar certo. É mérito meu? pode ser, apenas percebo que são aprendizados guardados nessa minha bagagem de viagens entre os mistérios da vida, num plano e outro da partida.

Adorei o danado do poema
bem próprio dos desejos que burilam e a gente quer a todo o custo entrar em cena, a gente só não sabe se valerá a pena, mas isso a gente deixa pra Depois...

Ultrapassei o record de baboseiras, ganhei de ti rsrss

Bjss
Livinha

Anônimo disse...

triste tema. gusto en pasearme por estos enormes versos.
un abrazo

Sonia Parmigiano disse...

Furtado,

Quando se ama de verdade, melhor deixar a realidade para depois...assim conseguimor um pouco daquele amor tão esperado e idalizado, pelo menos alguns instantes...

Lindo!!! Vou guardar para postar no Versi D'Amori, tá?

Grande beijo e ótimo final de semana!!!

Reggina Moon

Sandra disse...

...Depois,
Bem meu coração é muito amável...

VENHA VER QUEM ESTÁ COMIGO NESTE LINDO CANTINHO
http://sandraandradeendy.blogspot.com/
SE VC. GOSTAR, CONVIDO A FICAR POR LÁ, ME SEGUINDO.
FICAREI MUITO FELIZ COM A SUA COMPANHIA.
CARINHOSAMENTE,
SANDRA

Luci disse...

É uma bela poesia.




Bom FDS Furtado.
:)

Maria Bonfá disse...

realmente quando se ama somente nos importamos com o momento o depois? fica para depois

Dirão... que importa a mim? Dá-me o teu leito,
dá-me o teu corpo, fecha-me nos braços,
une os lábios aos meus, o peito ao peito,

que eu nem saiba qual seja de nós dois...
Mentem teus beijos? Mentem teus abraços?
Seja tudo mentira... Mas depois.


beijão