terça-feira, 24 de agosto de 2010

Apelos.


APELOS

(a Paulo Dantas e Gilberto de Hazaña de Godoy)

Pelos varais premidos da favela,
retalhos multicores da penúria
tremulam apontando para a incúria
da farta sociedade paralela.

Poderes insensíveis à lamúria
amargam os efeitos da sequela:
fechando porta e sem abrir janela
são vítimas também da imensa fúria.

Esse contraste traz desequilíbrio
na luta desigual entre o ludíbrio
e a dura realidade da carência.

E nos varais as roupas tremulando
são mãos desidratadas apelando
na busca de conter a violência.

Carlos Severiano Cavalcanti


Carlos Severiano Cavalcanti (Fazenda Monte, Campina Grande, 31 de julho de 1936) é um poeta brasileiro.

Alfabetizado já na adolescência, viveu restrito à zona rural até os quinze anos, migrou para Pernambuco aos dezesseis, aprimorando seu aprendizado e ingressando no comércio de tecidos. Voltando à Paraíba, transferiu-se para Guarabira, onde tornou-se empresário do ramo têxtil.

Por sua atividade comercial e social naquela cidade, recebeu o título de Cidadão guarabirense, em 1967. Voltou a Pernambuco, onde reside atualmente. Retomando o estudo, formou-se Bacharel em Comunicação social, sendo, posteriormente, professor universitário de Comunicação Social na faculdade onde se graduara.

Livros Publicados:

Caminhos da vida. Recife: Bagaço, 1997.
Reflexos de Terra e Sol. Recife: CEPE, 2001.
Sertanidade. Recife: Facform, 2004.
Histórias sertanejas. Recife: Edições Edificantes, 2008.
A gênese do tempo. Recife: Facform, 2008.
Tresafio. Recife: Paulo Camelo, 2009.

Prêmios literários:

Prêmio De Lyra e César de poesia, 2001, oferecido pela Academia Pernambucana de Letras, para o livro "Caminhos da vida".

Menção honrosa no Prêmio Edmir Domingues de poesia, 2006, oferecido pela Academia Pernambucana de Letras, para o livro "Sertanidade".

Menção honrosa no Prêmio Edmir Domingues de poesia, 2007, oferecido pela Academia Pernambucana de Letras, para o livro inédito "A gênese do tempo".

Fonte: Wikipédia.

8 comentários:

Sonia Parmigiano disse...

Furtado...

Belo soneto que retrata a nossa realidade...bem contemporâneo...gostei!!Parabéns!

Um beijo!

Reggina Moon

*Tem 02 selinhos lindos no Verso & Prosa, venha retirar quando puder...

Anônimo disse...

Na minha memória, tão congestionada e no meu coração tão cheio de marcas e poços você ocupa um dos lugares mais bonitos".

(Caio Fernando Abreu)

Feliz Semana.....Beijos meus!M@ria

Anônimo disse...

Na minha memória, tão congestionada e no meu coração tão cheio de marcas e poços você ocupa um dos lugares mais bonitos".

(Caio Fernando Abreu)

Feliz Semana.....Beijos meus!M@ria

Wanderley Elian Lima disse...

Para vmm, esse contraste é a fonte da violência. Uns poucos com tanto, e tantos sem nada. Num mundo onde ter é muito mais que ser, essas distorções serão pra sempre.
Abração

Everson Russo disse...

Apelo pelos menos favorecidos,,,que a vida lhes de uma melhor oportunidade...abraços amigo e um bel dia pra ti.

Valéria lima disse...

Amigo Furtado, poema forte e real esse, e a imagem parece o bairro do Morumbi em São Paulo, onde os prédios maravilhosos dividem espaço com a favela.

BeijooO*

Sandra Gonçalves disse...

Essa discrepancia social permeia o mundo...
Triste realidade.
Mas um poema forte e que nos faz refletir.
Bjos achocolatados

lililarano disse...

Rosemildo

Só agora vim agradecer a visita ao meu blog pois não consigo entrar aqui o meu avast não me deixa... e fecha o computador. Agora resolvi pegar no portátil e foi fácil..
saudade de conversar um pouco beijinhos